AMOR de Michael Heneke

19 fevereiro 2013 Nenhum comentário

Enquanto toma o café da manhã com a esposa Anne, Georges percebe que o olhar vazio da companheira perde-se sobre a mesa, ela para por alguns instantes, não o responde, parece perdida dentro de si, e na mesma tênue situação de partir para dentro de si, ela retorna, e mesmo sendo questionada pelo marido, de nada Anne se lembra. É essa a cena que inicia uma nova fase na vida deste casal, a última e mais necessária história que os dois iriam viver em anos de casados. Anne e Georges entregam-se ao último capítulo de suas vidas, nesta história que o diretor austríaco Michael Heneke nos oferece.

Toda a profundidade psicológica interpretada no conjunto desta obra cinematográfica, dá-se por um complemento de acertos, que unificam-se na experiência do diretor Michael Heneke, nas atuações consolidadas e vívidas de Emmanuelle Riva (Anne) e Jean-Louis Trintignant (Georges) e na fotografia claustrofóbica que nos permite provê as mesmas sensações dos personagens. O apartamento aonde acontece boa parte da narrativa, é um local frio, cheio de acessos, existindo portas para todos os lados, livros as centenas nos armários, toda a história do casal está ali, e ali parece ser diluir, junto a saúde de Anne que cada vez se despede do marido, perdendo suas forças motoras, como a velhice permite, e bem definido pelo personagem de Jean-Louis, ao tentar explicar a filha o que acontece a mãe: Ela está se tornando um neném, precisa de mim todo o instante.



Amor é lento, Michael Heneke percorre sem pressa o roteiro que ele mesmo escreveu, o silêncio absoluto com o qual inicia e finaliza o longa é a prova concreta, que esta era a ideia do diretor desde sua criação. Personificar seus personagens foi outra grande primícia, a bela idosa Emmanuelle Riva, do clássico Hiroshima, meu amor, de 1959, interpreta uma Anne fria e amável, que mantém se firme até o último momento ao lado do também experiente Jean-Louis Trintignat, ator francês que participa de A Fraternidade é vermelha de 1994, que se sobressai na beleza do sofrimento em ver a esposa partir, chegando ao ponto de tomar uma decisão extrema que poderá provocar calafrios, decisão que findará um sofrimento e poderá iniciar outro, o de sua solidão.

Vencedor de vários prêmios europeus, como a Palma de ouro e escolhido melhor filme pela premiação da Associação de Críticos de Londres, também teve três indicações ao Oscar de 2013, concorrendo nas categorias de Melhor filme, Melhor filme Estrangeiro e Melhor atriz para Riva. Michael Heneke, antes conhecido por uma filmografia violenta e dura, não se permitiu contar uma história como a de Amor sem entregar-se ao seu verdadeiro perfil de diretor, não é por que o seu filme conte uma história tão sensorial que ele não se permitiria a violentar seus espectadores, afinal, será difícil você não repensar em sua vida e o que faz dela, quando terminar os créditos finais deste belíssimo e amargo filme.  


O cinema Indie americano

11 fevereiro 2013 Nenhum comentário

Quentin Tarantino, Ethan Coen, Joel Coen, Spike Lee, George Romero e Steven Soderbergh, hoje, cineastas cultuados por cinéfilos e divergentes junto a crítica, que se dividem em amar ou odiá-los, são diretores pertencentes a uma seleta classe de corajosos cineastas que criaram e fortificaram um gênero de cinema americano, que persiste consolidado escapando das diretrizes hollywoodiana. O cinema indie, independente, já foi mais puro, porém continuar a ser o mais autoral dos gêneros atualmente.


Um cinema de autor, jovem, pop, minimalista, cult e dogmático, o genero indie subverte os métodos narrativos convencionais, ofertando à um publico cada vez maior, que enchem as salas de cinema em busca mais do perfil cinematográfico do diretor do que da própria historia a ser acompanhada, histórias que vão além da ficção, que buscam no elemento surpresa dos diálogos afiados, das criticas nunca atenuadas, das corajosas tomadas de extrema violência ou hardcore a atenção do espectador, que como dito antes, ama ou odeia o filme apresentado.

Cães de aluguel (1992) apresentado por Quentin Tarantino, com um elenco quase totalmente masculino, é um dos maiores exemplos do cinema indie. A história do grupo de ladrões que roubam uma maleta de diamantes permeia uma violência banhada de sangue e diálogos inesquecíveis. Conhecido pelas cenas memoráveis que formam uma geração de referencias pop até a narrativa não linear, baseada em flashbacks até o chocante final. Tarantino criou sua filmografia com títulos que seguem o mesmo estilo, como Pulp Fiction, Kill Bill, Bastardos Inglórios e Django Livre.

Em seu inicio o cinema Indie, não apoiado pelos estúdios, tinham um orçamento baixo e grandes lucros. Percebendo a receptividade do gênero, os estúdios passaram a comercializar os filmes, mesmo sem produzí-los, as fitas eram compradas e comercializadas para os cinemas do mundo todo, hoje, percebendo o grande lucro, investe-se cada vez mais nesses diretores que conquistam espaço maiores nas salas de cinema. 

A autonomia cinematográfica conquistadas por esses diretores, comparáveis a ousadia de grandes nomes como Griffith, Charlie Chaplin e Mèlie, que também provocaram suas revoluções na historia do cinema, poderá se perder com o tempo, quando engolidos pela máquina capitalista dos grandes estúdios, mais enquanto a receita do bolo não depender do forno ou do preço do pedaço vendido, estaremos com bons filmes para assistir. 

Dior homenageia as divas do cinema

09 fevereiro 2013 Nenhum comentário
O novo vídeo promocional da marca Dior, especificamente do seu principal perfume feminino, passeia por uma homenagem as divas do cinema, como Grace Kelly, Monroe e varias outras, que vão surgindo enquanto Charlize Theron passeia pela multidão que a espera para o desfile.
Com a direção de Jean-Jacques Annaud, cineasta francês responsável por O nome da rosa, Sete anos no Tibet e o Circulo de fogo. 


 
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