A literatura é uma das artes mais antigas da
sociedade, e nos tempos de redes sociais e jogos virtuais a concorrência para
os livros que se amontoam nas prateleiras das livrarias é quase desleal.
Afinal, a dinâmica diária de se fazer várias coisas ao mesmo tempo não pode ser
aplicada durante a leitura, pois ou você ler ou você não ler, sua atenção deve
ficar totalmente voltada para a história, ou então, tempo perdido, você não se
sentirá inserido na narrativa e consequentemente não aproveitará tudo de bom que
o livro tem a oferecer. A Culpa é das
estrelas é um caso excepcional, onde desde a primeira linha, você será
transportado para dentro do mundo infinito, esquecendo de imediato de todo o
resto que lhe rodeia.
Hazel
Grace é uma jovem vencida pela
vida, uma protagonista que já esta inserida dentro de seu pesadelo interno,
mesmo que não doa mais e ela esteja acostumada com a sua situação, conviver com
um câncer dentro de si, a torna no mínimo especial para nos contar sua
história. E ela nos conta com bom humor, prepare-se para boas risadas, e muito
drama, lágrimas acontecerão, são inevitáveis. Pois inseridos no mundo
particular desta sobrevivente, descobriremos junto a ela, que o amor pode
acontecer em suas diversas maneiras, inclusive apaixonar-se por um rapaz que
tem uma perna só, o grandalhão e bonito Augustus.
O casal um tanto incomum são personagens
criados pelo escritor juvenil John Green,
considerado um dos melhores romancistas de nossa geração, ele nos coloca junto a este romance em um
grau maior de intimidade com a pior doença desde século: o câncer, que torna-se
um personagem a parte, e o grande vilão da história. Mas Hazel e Gus não estão
preocupados com esse cara do mal, eles querem viver, e viver muito, viver o
infinito que lhes foi destinado.
Durante a curta aventura que se desenrola pelas
pouco mais de 280 páginas, Hazel tem a ajuda sempre presente dos pais, uma mãe
dedicada exclusivamente a filha, e um pai que dolorosamente precisa trabalhar e
tentar manter-se firme com a doença de Hazel, que parece afligir mais a ele do
que a ela própria. John consegue inserir o leitor dentro da casa dos Grace como
um verdadeiro visitante, é possível assistirmos tv, alguns reality show que Hazel adora, são situações sensoriais tão
bacanas que já valem a leitura.
Isaac e Peter Van Houten são personagens
essenciais a trama, surgem para nortear o romance de forma a manter o leitor
vivo aos custos de uma vida, ou você vive a olhar o mundo e vê sua escuridão
vítima devido a uma doença que lhe leva os olhos embora ou por causa de um
super ego banhado a bastante álcool e grosserias. São dois seres humanos cheios
de características ímpares que percorrem à lateral na história de amor de Hazel
e Gus.
Se Hazel e Gus se complementam em suas
deficiências físicas, ela precisa está conectada a um balão de oxigênio e ele a
uma perna falsa, ou seja, para ela falta o ar e para ele o poder de
locomover-se, e para nós, leitores, nada
falta. John Green nos entrega de presente uma das histórias de sobrevivência
amorosa mais linda que a literatura pode nos oferecer. Okay?