Ang
Lee retratou pela primeira vez o homossexualismo no filme O Banquete de
casamento (The Wedding Banquet), assinando também o roteiro, o diretor utilizou
a comédia leve para apresentar a temática de forma social, onde o protagonista,
homessexual, casa-se com uma mulher de seu país para que ela possa conseguir um
green card, e claro, satisfazer aos
pais. Pela segunda vez que Ang Lee dominou a temática, foi em O Segredo de Brokeback Mountain em 2005,
obtendo sucesso de crítica e público.
Ambientada
entre as décadas de 60 e 80, os ainda jovens Jack Twist (Jacke Gyllenhaal) e
Annis del Mar (Heath Ledger), são contratados para cuidar de um manado de
ovelhas na montanha do título. Tanto tempo juntos, com bebedeiras e bastante
prosa, os dois se aproximam e mantém um contato que vai além da amizade,
criando um amor que irá percorrer mais duas décadas até seu fim trágico.
Acumulando
premiações por todo o mundo, O Segredo de Brokeback Mountain recebeu três
Oscar, por melhor direção, melhor roteiro adaptado e melhor trilha sonora.
Totalizando foram 23 premiações com mais de 40 indicações, sendo o prêmio mais
comentado, o recebido pela MTV Movie Awards por a Melhor cena de beijo, entre
os personagens de Heath Ledger e Jake Gyllenhaal.
Filmado
no período curto de dois meses, em sua maior parte no Canadá e apenas uma cena
na Cidade do México nos Estados Unidos, os atores dedicaram-se de tamanha forma
que todos do elenco principal foram indicados para algum prêmio, sendo que
Anne Hathaway, até então conhecida
apenas pelo seu ótimo e fofo trabalho em O
Diário de Princesa, foi elogiadíssima no papel de Lurren Twist. E quem também
passou a ser bastante conhecida no mundo cinematográfico foi Michelle Williams,
que na época era mais conhecida devido o seriado americano Dawson’s Creek. As duas interpretaram as esposas de Annis e Jack,
respectivamente , sendo a cena em que os dois se beijam em um corredor próximo
da escada, e são observados da porta pela Alma (Michelle) a cena mais
antológica do longa.
Heath
Ledger, durante as filmagens ainda era casado com a bela Michelle, o que
fortaleceu sua dedicação ao personagem, indicado ao Oscar de melhor Ator,
perdendo-o para Philip Seymor Hoffman por seu trabalho em Capote. Heath que já havia protagonizado diversos outros, sendo
mais conhecido pelo 10 coisas que odeio
em você (1999), mais só veio ganhar um Oscar em póstumo pela sua
contribuição ao cinema, na época em que seu trabalho em Batman – O Cavaleiro
das Trevas chamou a atenção de todos como o louco coringa.
Seu trabalho
em O Segredo de Brokeback Mountain com a ousadia imposta pelo roteiro de Ang
Lee, onde Annis, um homem bravo, que nasceu e cresceu no oeste americano sobre
o forte preconceito do pai com gays, precisou se adaptar para aceitar sua nova
condição, desestruturando o homem forte e de sotaque caipira que Heath soube
incorporar em veracidade ao personagem viril.
O
Jovem e sonhador Twist, sob a pele de Jake Gyllenhaal, tinha seus ideais e
aceitou-se mais rápido que o companheiro. A diferença de pensamentos e
perspectiva de futuro para os dois conseguiu os separar por pouco tempo, pois
quando se reencontravam para as pescarias, a desculpa para os encontros
secretos, eles passavam a viver a história, história que era só deles.
O
Segredo de Brokeback Mountain é mais do que as indicações que recebeu, mais do
que as ótimas atuações, mais do que a bela fotografia e bem mais do que seu
roteiro intrico. O Segredo de Brokeback Mountain foi mais além, Ang Lee,
apresentou a nova classe de cineastas, algo que Sidney Lumet fez junto a
atuação perfeita de Al Pacino em Um dia de cão , nos anos 70. Ang Lee, fez o
oitava maior filme de romance em bilheteria mundial, este modesto diretor
explicou que um filme, seja em sua vã liberdade ficcional, pode e deverá sempre
ser o máximo real possível, assim como o amor de Jack e Annis, existem muitos
mundo afora, mais aonde eles estão? Escondidos no cume de alguma montanha? Não,
Não, a metáfora é mais explícita do que o beijo apaixonado pelo casal no filme,
essas histórias estão ao nosso redor. Esta no nosso cotidiano.