Duas grandes dicas de filme de terror

29 fevereiro 2016 Nenhum comentário
Filmes de terror me deixam vivo. É como se minha paixão por cinema, quando refletida em um longa de terror fizesse transparecer esse sentimento de amor pela sétima arte em algo mais visceral, profundo e por vezes, assustador. E fazia tempo que eu não via um filme deste gênero decente, talvez o último, que lembro ter visto no cinema, que mereça algum tipo de lembrança é o bonzinho Corrente do Mal (It Follows, 2014), que beira o filme de suspense cult e não propriamente o terror, devido a sua qualidade superior tanto em roteiro quanto em fotografia, ambos ótimos nas mãos de David Mitchell, diretor de primeira viagem.

Passado este tempo longe das narrativas de terror, decidi uma noite dessas rever Olhos famintos (Jeepers Creepers, 2000) pelo netflix. Mas que filme é esse? SEN-SA-CI-O-NAL. Terror de primeira. Construção de personagens, fotografia, trilha sonora e um vilão assombroso, medonho e violento. Um clássico que parece ter passado batido pelas rodinhas de cinéfilos, e que com certeza com o passar do tempo, quando revisitado só terá sua qualidade cinematográfica aumentada. 


Na história, dois irmãos viajam para a casa dos pais e descobrem no meio do caminho o porão de uma igreja abandonada que tem suas paredes revestidas de corpos humanos. Sustos garantidos e um temor apavorante quando a besta que alimenta-se de corpos humanos aparece atrás de fazer novas vítimas, principalmente o casal de irmãos de passa a ser a refeição da vez. A sequência Olhos famintos 2, lançada em 2003, já está na lista para ser revista. Uma hora dessas eu tomo coragem e enfrento novamente esta criatura novamente. 

Com a ótima sensação de ter visto um filme de terror perfeito, comecei a vasculhar o netflix em busca de outro filme tão bom quanto Olhos famintos, e esbarrei depois de três dias de procura em The Town That Dreaded Sundown, infelizmente com o título traduzido para o português como Assassino Invisível, mas caso queiram procurar no tio Netflix utilizem o título original. 

Neste terror, um remake de um longa de mesmo nome de 1976 ( Saudades dos anos 70), a cidade Texarkana volta a ser aterrorizada por um maniaco serial killer mascarado. O interessante é a estrutura do roteiro, que brinca com o filme original de 76 como se este, na verdade tivesse retratado as mortes que realmente aconteceram na região. The town That Dread Sundown mantém o ritmo de suspense até o derradeiro final com a apresentação do rosto por trás dos assassinatos e seus reais motivos. Um filme bem acima da média e que vale a pena ser conferido. 


Então, se um dia a noite você estiver querendo ver um filme de terror e não sabe qual, fica a dica entre esses dois: Olhos famintos e The town that dread sundown. 

Seriados, episódios, temporadas e spoilers

25 fevereiro 2016 Nenhum comentário


Alguém tem mais saudades daqueles seriados em que o acontecimento da semana não interferia nos acontecimentos dos episódios das semanas seguintes? Era tudo tão mais tranquilo, nossa vida era tão mais fácil. Não tinha toda essa mitologia que te obriga a ir no google procurar alguma referência, não é necessário fugir dos spoilers, não tinha toda essa grandiosidade, que embora hoje seja extremamente necessária para a existência de uma série, naquele tempo nos fazia tão bem. Eramos felizes e não sabíamos. 

Quando Star Trek eclodiu como um dos melhores seriados, os episódios eram com os famosos monstros da semana, sempre com uma história diferente, sempre um novo problema, um novo arco, um novo dilema que era aberto e encerrado dentro dos 40 e poucos minutos. Por um bom tempo as séries foram assim, até Power Ranger era assim.(Saudades!) Aí, no meio dos anos 90, Arquivo X, outro grande queridinho dos seriados propagou o que hoje chamamos de mitologia, todo a temporada da série era interligada por episódios chaves que culminavam nos episódios finais. To be contibued...

Twin Peaks foi uma das primeiras séries, ainda no início dos anos 90, a contar uma história única dividindo-a em episódios, o misterioso assassinato da jovem Laura Palmer investigado por um jovem detetive do FBI garantiu um arco de oito episódios em sua primeira temporada. Desde então, a ideia foi se formando e reformulado, até no início dos 00 estourar de vez, séries como 24 Horas, Prison Break e Lost, que estrearam de uma vez por todo o estilo história única. Era o fim da vida social. 




Uma hora de um dia muito puxado na vida de Jack Bauer, a sensacional e perigosa fuga dos prisioneiros da penitenciaria Fox River em Prison Break e os mistérios da ilha em que o avião 815 misteriosamente cai no meio do atlântico de Lost. Daí em diante, amigo leitor, somos obrigado a aguardar a cada semana um novo episódio para entender o que aconteceu no episódio passado e saber o que acontecerá no episódio seguinte, será uma avalanche de informações e ansiedades que deu ascensão a um dos crimes mais banais da internet, o download de episódios. A prática ilegal passou a ser comum, quando a espera por um episódio inédito era inversamente proporcional ao tempo em que os canais fechados brasileiros apresentavam os episódios já apresentados nos EUA, alguns, pasmem, demoravam até dois meses, o que certamente, mataria um jovem de ataque de ansiedade já que no episódio passado ele descobriu que havia alguém morando dentro da escotilha encontrada por Locke no último episódio de Lost. 

Não é cansativo? Hoje, canais de TV como a HBO apresenta o episódio de sua série de maior sucesso, Game Of Thrones em tempo real com a apresentação do canal americano, tudo para diminuir o lead time entre as exibições. Mas na real, o problema não é esse, e sim, a dura opressão que esses seriados nos fazem, obrigando-nos a acompanhar a série de forma frenética, única, sendo necessário lembrar do que aconteceu três episódios atrás para saber o que ocasionou a reviravolta do episódio desta semana. Tudo muito preso, amarrado. Saudades dos episódios livres, soltos ao nosso gosto, sem ser obrigado a assistir toda uma temporada para entender a temporada seguinte. 

A galera da Netflix, pelo menos, entende esse sofrimento, e tem tornado cada vez mais comum, lançar seus seriados em temporadas completas, ou seja, embora tenhamos dez episódios do mesmo arco para assistir, a temporada está disponível para ser assistida de uma vez só. Viva a maratona! E para isso, super indico Demolidor, Jessica Jones, House of Cards e The Ranch. E enquanto os canais de tv por assinatura também não lançam suas séries por temporada, e não por episódio, vamos vivendo nossa vida, escondendo-se de spoilers e tentando entender o que aconteceu no episódio final de The Walking Dead, já que a nova temporada é só no final do ano. 




 
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