O gênero terror é o que mais leva pessoas ao cinema. O sucesso de filmes como o da franquia O chamado, tanto a versão asiática, quanto a americana, se dá pelo horror criativo causado sobre a história macabra da menina de cabelos longos que sai de dentro da tv para dá fim a vida de suas vítimas. Onze anos depois do último filme, O Chamado 2 de 2005, a franquia volta as telonas, trazendo a tona uma nova protagonista e uma nova mitologia para a garotinha do poço, o problema é que este reinício na verdade é decepcionante e foge totalmente da primícia assustadora dos primeiros filmes.
A mitologia original os fãs já conhecem bem: quem assistir uma macabra fita de vídeo, recebe um telefone e sete dias depois morre. O Filme começa com um rapaz sendo perseguido por Samara dentro de um avião, na frente de todos ele é morto e a lenda do vídeo espalha-se rapidamente, e é exatamente disto que o filme trata, da viralização da história da fita de vídeo que se você assistir terá apenas mais sete dias de vida. O roteiro consegue tratar bem isso, deixando no primeiro ato um suspense bem arquitetado, o qual vai totalmente ao chão do segundo em diante, perdendo o tom de terror do filme e tornando-o em um suspense clichê, com personagens caricatos e chatos. Até mesmo a Samara.
A Modernização das história de terror são arriscadas, adaptar as mitologias já criadas e de sucesso, para modelarem o filme ao novo perfil de público, jovem e que gosta da informação instantânea é um risco que os estúdios correm, e este é o pecado de O Chamado 3. Se os anteriores fizeram sucesso pelo o suspense de reverter a maldição da morte que se aproximava, aqui Samara e suas vítimas se unem para uma ação de vingança que lembra muito um recente filme de suspense que fez bastante sucesso, O Homem nas trevas.
O Jovem diretor F. Javier Gutiérrez faz um trabalho bem bacana, consegue criar situações que realmente causam tensão, o erro de seu primeiro longa americano, é uma história com falhas em um roteiro com grande pretensões mas sem estrutura de terror, dentro de um filme que promete ser de terror, e a falta de desenvolvimento de seus protagonistas, interpretados por Alex Roe e a jovem Matilda Lutz que tem expressões que beiram o ridículo, além da pouca presença de Samara que faz uma falta grande. Somente o veterano Vincent D'Onofrio consegue dá qualidade ao longa, com uma atuação perturbadora que, por instantes, consegue dá um último fôlego de vida ao filme, fôlego que nem a pobre Samara conseguiu tirar. Fujam para longe!