Já
se foi o tempo em que as animações atraiam para as salas de cinemas apenas
crianças e seus pais, hoje, adultos e jovens são atraídos cada vez mais pelas
aventuras e os dramas dos personagens animados e seus mundos coloridos. As
narrativas são alegres, motivadoras e cheias de lição de moral, o que agrada
com humor, se dilui nas lágrimas que encharcam os olhos nos emocionantes
finais. Foi assim com O Procurando Nemo, A Era do Gelo e suas infinitas
continuações, na história da arara azul em RIO e agora com a família das
cavernas Os Croods.
Comandada
pelo patriarca Grug Crood (Voz de Nicolas Cage), toda a família passa a maior
parte do tempo trancados dentro de uma caverna, evitando os riscos e as
intemperes naturais, consequentemente sobrevivendo ao mundo selvagem por mais
tempo. As saídas da caverna acontecem apenas uma vez na semana, quando todos
devem ajudar na busca pela alimentação. Para a jovem Eep Crood (Voz de Emma
Stone), essa não é a vida que ela deseja viver, sua curiosidade vai além, está
no sol que desaparece a noite e no mundo que existe além do buraco escuro de
sua caverna.
O
medo da mudança e do novo, é constante na família Croods, o histórico de outra
famílias que decidiram se arriscar e acabaram sendo vítimas de alguma
fatalidade provoca em Grug um assombroso medo do que poderia acontecer a sua
família. Tudo muda quando a caverna em que eles moram é destruída e um novo
mundo surge, um novo mundo a ser descoberto.
A
graça de cada integrante da família Croods é muito bem desenvolvida, cada um
tem seu espaço e vez na narrativa, provocando gargalhadas ou apenas levando a
atenção do espectador para as emoções de suas decisões. A verdade é que os
Croods é uma família como toda outra qualquer, as questões externas influenciam
no convívio mais não são suficientes para desfazer os laços fraternos, capazes
de sobreviver a qualquer momento difícil de convivência.
Claramente
irão surgir novas aventuras para a família, e continuações devem pipocar nos
próximos anos, o melhor e esperado é que os valores propostos nesta primeira
aventura seja mantida. Em momentos que o próprio ser humano, relaxa e se desfaz
dos momentos de felicidade, esta animação é capaz de mostrar e
ensinar as crianças, jovens e adultos vários valores necessários a sua compreensão da vida e
principalmente de sua família.
Desde
o sucesso de A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 1999), o gênero de
horror tomou dimensões mais reais. Num envoltório de personagens que possuem o
poder da câmera, falando, olhando e demonstrando suas ações diretamente para o
expectador. Esses filmes já possuem um
público fiel, o que facilita a aceitação do longa pela mídia. Porém, mesmo que
chegando em levas, pois quase todo filme de horror atual quer usar a mesma
primícia, daí o sucesso das franquias REC e Atividade Paranormal, acabam por
repetir sempre o mesmo nas suas continuações. No Brasil, este modelo de filme
foi muito bem utilizado pelo jovem diretor Carlos Júnior, que lançou em julho
do ano passado o longa Matadouro.
O
Filme independente tem a narrativa comum dos filmes do gênero, sendo proposital
pois fica claro as homenagens realizadas pelo roteirista e diretor Carlos
Júnior, onde cinco jovens estão a caminho da casa de um deles, quando ocorre um
problema no carro no meio da estrada, começando a desaparecer um a um. A ideia
de que foi inspirado em fatos reais, está tão presente, quanto em um dos filmes homenageados na trama, O
Massacre da Serra Elétrica, grande obra do gênero de 1974.
A
Qualidade de Matadouro é admirável, desde a edição bem estruturada, formatando
um conjunto de cenas e divisões dos atos que compõem no expectador um
nervosismo peculiar, a atuação dos atores, em sua maioria tão bons na câmera
como se ela mesmo não existisse. A Direção de Carlos Júnior parece sem
limitações, ficamos com a impressão de que os atores, não atuam, e sim, são os
próprios personagens que viveram a história contada.
Se a
recente e equivocada matéria lançada pelo Folha de São Paulo, que descreve
erroneamente a falta de filmes do gênero no Brasil, demonstra que as obras de
diretores como Carlos Júnior, são esquecidas pela mídia, ou são ignoradas,
provocando um grande debate, pois Matadouro, e sua continuação que deverá
estrear ainda este ano, são tão bons, que merecem mais atenção do que alguns filmes comerciais. Viva ao horror
indie brasileiro!
Sabem aquelas bandinhas gostosas que vez por outra venho deixar a dica aqui no blog, com som maneiro, tocado no estilo indie, letras autorais e tal. Então, já apresentei a Tiê, a homenagem ao Raça Negra bem acústica e sonoramente cool feita no projeto Jeito Felindie, e também o ator/cantor Alexandre Nero que dá um show com sua músicas hiper-mega-super iradas. E Agora, apresento uma banda gaúcha que já está a um tempinho na estrada, o estilo rock maneiro da Bidê ou Balde.
Formada desde 1998, Bidê ou Balde tem um estilo próprio mesmo possuindo todos os estilos comuns à bandas de rock nacional. As letras afiadas das músicas já perduram nos cinco discos lançados, sendo o mais recente o ótimo "Eles são assim, assim por diante" de 2012. Para curtir o som, deixo o vídeo da música "Mesmo que Mude" que está no DVD MTV Bandas Gaúchas, escutem o talento desses garotos tchê.
Infelizmente
por algum tempo, será quase que impossível não comparar filmes de amor juvenil
nascido em traços narrativos de fantasia com a saga Crepúsculo. Os quatro
filmes sobre os vampiros fez ressurgir um gênero forte, e criou um público tão
fiel, que consequentemente vários filmes querem pegar o embalo e ser o novo
queridinho da vez, por sorte, Dezesseis Luas que estreou no último final de
semana nos cinemas , é um filme melhor do que poderia ser, bem mais do que a
saga dos bebedores de sangue.
Dirigido
por Richard LaGravenese, que assina a adaptação do romance que pertence a
coleção Beatiful Creatures, tem em
sua filmografia o P.S. Eu Te Amo (2007) e o roteiro de Água para elefantes (2011),
Dezesseis Luas é a história de amor entre a jovem bruxa Lena Duchannes
(Alice Englert), agora nomeada por conjuradora, e o estudante Ethan Wate (Alden
Ehrenreich), os dois precisam sobreviver a um segredo que envolve a maioridade
bruxa de Lena, que terá que decidir caminhar para o lado do bem ou do mal,
escolha que talvez não estará ao seu alcance.
O
diferencial de Dezesseis Luas são os diálogos afiadíssimos e inteligentes que
passeiam pela fantasia principal da história. O Casal lê o tempo todo, vão ao
cinema, são sarcásticos, vivos e sobretudo, complementam-se. A dinâmica entre
os atores Alice e Alden tem uma performance notável e acreditável. As cenas tem
um tempo bom e acontecem sempre com alguma surpresa ou situação que provoque
alguma risada no cantinho da boca, tipo aquela que damos quando percebemos uma
referência.
O
elenco segura o filme, que com efeitos especiais não tão bem acabados pode
decepcionar pelo clímax clichê, mais que agrada e engessa a qualidade nas
atuações da experiente Emma Thompson, ganhadora do Oscar por Howards End
(1992), que interpreta a mãe malucona de Lena. E a participação de Viola Davis,
convidada para participar do filme pelo próprio diretor que uniu em seu
personagem, dois dos principais personagens do filme; a bibliotecária e a amiga
da mãe de Ethan.
Integralmente,
Dezesseis luas talvez consiga conquistar os órfãs da saga crepúsculos, e para
aqueles que não são fãs da turma de vampiros, e tenham a ousadia de conferir
nos cinemas esta nova saga sobre bruxas, deverá ir com a cabeça aberta e
preparado para amar ou adiar, o bom é que atente-se ao conteúdo que preenche a
vida amorosa do casal, que diferente de Edward e Bella, não ficam falando só
nos dois, eles vão além, vão para o mundo fora de si.
Em São Paulo, 30. Formado em Marketing, estudante de cinema, devorador de livros, catador de filmes, viciado em netflix, amante de documentários, irmão da Layz e da Layara. Urso. On-line 24 horas.