Análise: Gravidade de Alfonso Cuarón

23 outubro 2013 Nenhum comentário
Exibido e ovacionado pela primeira vez na noite de abertura do Festival de Cannes deste ano, Gravidade, filme do mexicano Alfonso Cuarón que estrou nos cinemas brasileiros no último dia 11, continua a perfazer sucesso de crítica e de espectadores, com a história dos dois astronautas que ficam perdidos no espaço. Abandonados a própria sorte. 
Em uma missão de conserto ao telescópio Hubble, o astronauta Matt Kowalski (George Clooney) e a doutora Ryan Stone (Sandra Bullock), são surpreendidos por uma chuva de destroços, sem tempo de fugir do impacto, os dois são jogados no espaço sideral, precisando improvisar e com muita sorte, alcançarem outro satélite para sobreviverem. 
As longas tomadas em plano sequência, tão conhecidas do diretor, fazem o filme parecer uma verdadeira jornada de sobrevivência. A imersão do espectador no sofrimento angustiante dos protagonistas que buscam no meio do vazio escuro, silencioso e grandioso do espaço uma forma de sobrevivência, vivifica a nossa fraqueza diante do tão grande é o universo. 
O simpático e experiente astronauta Matt Kowalski tão bem interpretado por George Clooney nos oferece minutos de aprendizagem de como quanto maior o problema, maior a nossa possibilidade de que tudo possa dá certo. Sandra Bullock qualifica por vez a fita, a bela atriz é lotada de boas atuações, os dramas de sua personagem, a doutora Ryan Stone, ganha peso e profundidade, sendo um dos maiores momentos do filme.
Gravidade é sucinto e vai direto ao ponto, não existe meio termo ou enrolação, a história é uma só, e somos convidados pelo diretor para acompanhar essa destreza humana. Enquanto o planeta gira e tudo funciona, no espaço a solidão entre o poder das grandezas da natureza apenas é um centelho de esperança. O oxigênio que se acaba, o silêncio ensurdecedor que se propaga, a gravidade que te deixa livre, tornam-se um verdadeiro inimigo. Quem sobreviverá quando não existe formas de sobrevivência? 
 
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