Resenha literária: A Culpa é das estrelas

20 janeiro 2014

A literatura é uma das artes mais antigas da sociedade, e nos tempos de redes sociais e jogos virtuais a concorrência para os livros que se amontoam nas prateleiras das livrarias é quase desleal. Afinal, a dinâmica diária de se fazer várias coisas ao mesmo tempo não pode ser aplicada durante a leitura, pois ou você ler ou você não ler, sua atenção deve ficar totalmente voltada para a história, ou então, tempo perdido, você não se sentirá inserido na narrativa e consequentemente não aproveitará tudo de bom que o livro tem a oferecer. A Culpa é das estrelas é um caso excepcional, onde desde a primeira linha, você será transportado para dentro do mundo infinito, esquecendo de imediato de todo o resto que lhe rodeia.

Hazel Grace é uma jovem vencida pela vida, uma protagonista que já esta inserida dentro de seu pesadelo interno, mesmo que não doa mais e ela esteja acostumada com a sua situação, conviver com um câncer dentro de si, a torna no mínimo especial para nos contar sua história. E ela nos conta com bom humor, prepare-se para boas risadas, e muito drama, lágrimas acontecerão, são inevitáveis. Pois inseridos no mundo particular desta sobrevivente, descobriremos junto a ela, que o amor pode acontecer em suas diversas maneiras, inclusive apaixonar-se por um rapaz que tem uma perna só, o grandalhão e bonito Augustus.

O casal um tanto incomum são personagens criados pelo escritor juvenil John Green, considerado um dos melhores romancistas de nossa geração,  ele nos coloca junto a este romance em um grau maior de intimidade com a pior doença desde século: o câncer, que torna-se um personagem a parte, e o grande vilão da história. Mas Hazel e Gus não estão preocupados com esse cara do mal, eles querem viver, e viver muito, viver o infinito que lhes foi destinado.


 Durante a curta aventura que se desenrola pelas pouco mais de 280 páginas, Hazel tem a ajuda sempre presente dos pais, uma mãe dedicada exclusivamente a filha, e um pai que dolorosamente precisa trabalhar e tentar manter-se firme com a doença de Hazel, que parece afligir mais a ele do que a ela própria. John consegue inserir o leitor dentro da casa dos Grace como um verdadeiro visitante, é possível assistirmos tv, alguns reality show  que Hazel adora, são situações sensoriais tão bacanas que já valem a leitura.

Isaac e Peter Van Houten são personagens essenciais a trama, surgem para nortear o romance de forma a manter o leitor vivo aos custos de uma vida, ou você vive a olhar o mundo e vê sua escuridão vítima devido a uma doença que lhe leva os olhos embora ou por causa de um super ego banhado a bastante álcool e grosserias. São dois seres humanos cheios de características ímpares que percorrem à lateral na história de amor de Hazel e Gus.


Se Hazel e Gus se complementam em suas deficiências físicas, ela precisa está conectada a um balão de oxigênio e ele a uma perna falsa, ou seja, para ela falta o ar e para ele o poder de locomover-se,  e para nós, leitores, nada falta. John Green nos entrega de presente uma das histórias de sobrevivência amorosa mais linda que a literatura pode nos oferecer. Okay?

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