Pantera Negra, 2018.

22 fevereiro 2018

Quando Obama chegou ao cargo público mais poderoso do planeta nasceu uma esperança que, finalmente, os negros haviam chegado ao seu lugar na sociedade, não que já não o tivesse por que nunca teremos total direito em menosprezar o trabalho árduo e colossal de personalidades como o Martin Luther King que estabilizou um crescente e maduro pensamento racista e nos ensinou que os negros devem sim participar efetivamente de todas as camadas da sociedade, mas foi a conquista do trono-mor americano por Obama que fez os negros serem vistos novamente, ganharem voz. Passada a euforia, Obama saiu do poder em 2017 deixando o cargo nas mãos de um homem branco, conservador, capitalista e sexista, por um instante regredimos uma década e aqui estamos em um invólucro de lama tão pior quanto estávamos lá nos anos 80 e 90. O Filme Pantera Negra que conta o nascimento e a ascensão do príncipe negro do fictício reino de Wakanda é um novo passo nesta dura e permanente luta pela representatividade dos negros no mundo.

Seria muito tolo não percebermos como um filme desse poderia ser comercialmente muito rentável para os estúdios que o produziram, assim como também não podemos colocar a culpa do seu sucesso somente ao motivo da representatividade de negros, mulheres e da cultura afro tão disseminadas em todo contexto do roteiro. Pantera negra é realmente um dos melhores filmes de heróis já apresentado pela Marvel, com a direção de Ryan Coogler, do ótimo Creed, o longa consegue desenvolver com competência a trajetória do herói de forma a criar camadas de drama, humor e romance que envolvem a atenção, o ânimo dos expectadores e claro, a emoção de forma geral do público dos quadrinhos, que desde 1992 esperam pelo filme. 



Wakanda é um reino escondido na África, onde seus habitantes utilizam como principal fonte de energia o  misterioso vibranium, um metal muito poderoso que nas mãos erradas pode causar danos irreparáveis ao planeta. T'Challa, interpretado selvagemente por Chadwick Boseman, ao voltar dos acontecimentos de Capitão América: Guerra Civil para Wakanda, percebe que deverá lutar pelo seu trono. T'Challa conta com a ajuda de Nakia, personagem da linda Lupita Nyong'o, de Okoye, Líder das Dora Milaje, e de sua irmã Shuri, para que juntos possam combater as forças que estão do lado do usurpador de seu trono. Perceba que o herói tem bastante ajuda feminina, outro grande acerto do filme, o poder das mulheres é tão soberbo e expressivo que garanto o total protagonismo das atrizes e de suas personagens no filme, algo que o diretor Ryan conseguiu desenvolver de forma bem madura. 

Pantera Negra tem falhas normais e até aceitáveis para filmes de heróis, diálogos razoáveis que ficam escondidos por causa dos maravilhosos efeitos visuais e um final pífio diante da dimensão da importância do herói. Embora que não possamos garantir que o filme tenha nascido em uma busca dos produtores em reafirmar uma representatividade dos negros nos cinemas, apenas podemos enxergar que o público retratado no filme lota as salas com ânimos, ovacionando mais uma nova conquista. Uma de muitas outras que estão por vir. 







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