Um Oscar de Representatividade

05 março 2018

A nonagésima edição do maior prêmio do cinema americano aconteceu com fortes emoções. Este ano, apresentada novamente por Jimmy Kimmel, mesmo da edição de 2017, a noite mais esperada dos cinéfilos teve grandes surpresas e muita representatividade. Tornando este momento um dos mais bonitos e inclusivos da premiação durante quase todo esse um século de existência. 

Vitória mexicana


Nos últimos cinco anos, em quatro destes, a estatueta de Melhor Diretor é entregue a um mexicano. Alfonso Cuáron em 2014 por Gravidade, Alejandro Iñárritu por Birdman e O Regresso em 2015 e 2016, respectivamente. E agora, Guilherme del Toro por A Forma da Água, seu primeiro Oscar. Claro, que o diretor em seu discurso levantou a bandeira para a necessidade do respeito mútuo entre o México e os Estados Unidos, comentando inclusive sobre a figura metafórica de um muro, que iria dificultar mais ainda as quebras de fronteiras, uma crítica direta ao então presidente Donald Trump. 

Ainda falando sobre o México, o prêmio de Melhor Animação foi para Viva - A vida é uma festa, o longa é resultado de mais uma parceira Disney e Pixar, conta a história de um garoto que vive altas aventuras em uma das festas mais tradicionais mexicanas, o famoso Dia dos Mortos. 

Levantem-se todas!


O momento mais ovacionado da noite não aconteceu quando A forma da água venceu como Melhor filme, e sim, quando a talentosíssima Frances McDorman, vencedora do Oscar de Melhor Atriz por Três anúncios de um crime, filme que também rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para Sam Rockwell, pediu para que as mulheres que estavam concorrendo em qualquer uma das categorias levantasem-se. Uma emoção! 

"Todas nós temos uma história para contar. Vamos falar sobre nossos projetos, que precisam de financiamento. Temos que ter inclusão" Frances McDorman


Representatividade é necessária!


Não que exista a necessidade de acumular homenagens e prêmios para os negros ou para os filmes com temáticas gays, mas a representatividade necessária expõe algo que todos sabem e que, com muita força, veremos com mais constância e até naturalidade, onde pessoas sem qualquer distinção ou preconceito sendo bem representadas e destacando-se pelos seus talentos e trabalho. Negros, gays, héteros e brancos, afinal todos somos pessoas.

Corra! um dos filmes mais tensos e inovador que concorria aos principais prêmios da noite, inclusive Melhor Filme, conquistou a estatueta por Melhor Roteiro Original. O belo e maravilhoso Me Chame pelo seu nome recebeu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. O grande reconhecimento foi a vitória Uma Mulher Fantástica, o filme chileno conquistou Melhor Filme em Língua Estrangeira, o primeiro longa protagonizado por uma trans a vencer um prêmio do sindicato. 


Mais do mesmo, como sempre. 


Outras vitórias da noite foram para  Gary Oldman que ganhou o prêmio de Melhor Ator por O Destino de uma nação, a bela Allison Janney que ficou com o Oscar de Melhor Atriz coadjuvante por Eu, Tonya. O longa Trama Fantasma que conquistou, evidentemente, Melhor figurino, assim como também era esperado Blade Runner 2049 vencer por Melhor fotografia e, A forma da água, ganhou Design de Produção. Dunkirk de Christopher Nolan recebeu dois prêmios técnicos: Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição de Som. Tudo como era esperado acontecer, sem grandes novidades. 

O Grande Vencedor


A Forma da água é um conto de fadas moderno, Guilherme del Toro foi o responsável pelo roteiro e pela direção, comprovando mais uma vez seu talento para representar o fantástico de forma tão espetacular e entreter seus expectadores com uma boa história, uma ótima fotografia e grandes momentos de emoção. Conquistando o maior prêmio da noite, A Forma da água é o Melhor Filme de 2018. Será?




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