Análise O Regresso - ESPECIAL OSCAR

18 janeiro 2016



Um filme tem na sua primícia básica entreter, contar uma história que nos transporte e nos faça dá importância, durante o tempo de exibição, à vida do personagem e toda a sua trajetória,  e sorte do filme que consiga causar no expectador um delírio que transborde, além da atenção, a emoção. O Regresso, filme estadunidense com doze indicações ao Oscar, consegue ir mais além desta primícia,  bem mais além.

A mexicano Alejandro González Iñárritu, vencedor do Oscar de melhor filme em 2015 por Birdman, assina a direção de O Regresso, comprovando que a Academia realmente tem acertado nos últimos anos em seu indicados e vencedores. A Naturalidade já comprovada do diretor em criar filmes com situações imediatistas e extremamente exaltantes em tela cria uma maturidade avassaladora nesta nova obra, O Regresso suga o expectador para uma história incrível que se desenvolve em um mar de planos sequências e grandes planos abertos.

O longa é baseado no lendário Hugh Glass, uma figuraça mitológica da cultura norte-americana que viveu nos anos de 1800 uma das mais impressionantes histórias reais de sobrevivência de um homem. Glass, ferido exaustivamente por um urso é abandonado pelos companheiros e deixado para morrer dentro de uma cova rasa, porém, o explorador consegue sobreviver ao inverno rigoroso do Velho Oeste e rastejando atravessa todo um território selvagem, motivado pela vingança daqueles que o deixaram para trás.

Leonardo DiCaprio, vencedor do Globo de ouro por sua brilhante atuação como Hugh Glass, consegue sobre um olhar sempre frio e um silêncio feito de sussurros e dores, dá aos restos vitais de seu personagem, uma masculinidade proveniente de uma real busca pela vida. DiCaprio determina ao forte e lendário americano um ar de superioridade a qualquer outro ser humano, até mesmo a morte, que embora sempre presente, até quase como um personagem antagonista, não o consegue derrotar ou nutrir seus últimos segundos de vida.


As duas horas e trinta e seis minutos de filme correm como um pássaro a sobrevoar os cenários incríveis que compõem e complementam a beleza do filme. Alejandro consegue liberar a visão do expectador, permitindo-o a acompanhar a trajetória de Glass, como ele merece,  sentir suas angustias da solidão do mundo e da crueldade do ser humano que além de jogá-lo ao frio e as pestes, ainda são capazes de lhe roubar os seus maiores amores e até mesmo a vida.  O Regresso antes de contar a história do homem que a morte não levou, conta o poder da fraqueza, onde não sobrevivem os mais fortes, e sim os que possuem algum motivo de existência. No caso de Glass, a vingança.

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