As Cores Da Empatia

28 junho 2015


F. Fitzgerald em seu romance O Grande Gatsby, inicia-o com um diálogo que revela de imediato toda a dimensão da história que ali será contada:

Em meus anos mais jovens, e mais vulneráveis, meu pai me deu um conselho que nunca esqueci.
- Antes de criticar alguém. - Ele me disse. - Lembre-se de que nem todos tiveram as oportunidades que você teve.

Já imaginou se todos os pais dissessem isso aos seus filhos? Eu consigo logo imaginar um mundo melhor. Uma sociedade que utilizaria a empatia como principio ético e moral, fortaleço com esses dois princípios, por que não seria algo só ético, onde poderia ser julgado, mas moral, onde o próprio ser humano teria que utilizar-se da empatia todos os dias, todo o momento. Assim, chegaríamos a um momento, onde não seria necessário nem colorir um avatar na rede social para dizer que defende ou faz parte de uma causa. Acho até mesmo que não existiria causa para ser conquistada. 

Ainda em um futuro de paz imediatista, penso que se não existe causa alguma para ser defendida, imagino que no passado, nossos ancestrais não atravessaram um período de escravidão, que as mulheres sempre foram iguais aos homens em direitos e deveres, e que tão pouco Hitler existiu, e se existiu, ninguém nunca ouviu falar dele. Que bacana seria, não seriamos obrigados hoje em dia, a ter que aceitar que "Cada um tem sua opinião" quando essa opinião é dizer que "dois homens não podem se abraçar em público por que uma criança não pode ver isso!".

A empatia que defendo ela quase existiu, juro! A Humanidade teve uma chance única de entender que a única coisa que precisávamos fazer para ter um futuro de paz era utilizarmos a empatia. Até agradeço Jesus Cristo todos os dias por ele ter tentado, foi tão bonito, ele prestou socorro à uma prostituta, abraçou um leproso, perdoo ladrões, e até disse que salvaria quem fizesse isso. Mas não entenderam o recado, e conclusão, aqui estamos, com alguns esperando Jesus voltar e buscá-los, enquanto pedem a crucificação social de quem quer viver o amor. O Amor que Jesus Cristo pediu que defendessem.

No final aquelas cores que se propagaram pelos avatares do perfil de pessoas do mundo todo, não comemoravam apenas a liberação do casamento entre pessoas do mesmo sexo no maior país do mundo. Não só isso, mesmo isso já sendo muito, muito mesmo. Mas demonstra que existe uma revolução interna, medrosa, que preenche o sentimento de cada um, que defende a empatia como principio social, falta muito, talvez não caminhamos nem 10% do caminho para um mundo mais colorido, mas justo, com mais amor. Porém, estamos bem perto, estamos um ao lado do outro, ou você não percebeu que muitos amigos seus, mesmo héteros também demonstraram que estão disposto a juntar forças, alguns acovardados e com medo da grande mudança social que um dia acontecerá, mas eles estão ali. 

E uma hora ou outra amigos, não seremos mais a minoria, seremos nós, cada um poderá demonstrar sua grandiosidade. A Grandiosidade de ser uma pessoa como outra qualquer, com o direito de abraçar, beijar e amar quem e aonde quiser, sem a necessidade de avatares coloridos.


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